Este tinto nacional é elaborado pela Vinícola Salton, a partir de um corte das castas Cabernet Sauvignon (60%), Merlot (30%) e Tannat, cultivadas em vinhedos próprios em Tuiuty, RS. Passa por um estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês. 12,5% vol álc.
Coube ao confrade Daniel Perches, do enoblog Vinhos de Corte, indicar um tema para a postagem deste 1o. de maio da Confraria Brasileira de Enoblogs. Sua indicação: Tinto, resultado do assemblage de 3 uvas, nacionalidade e faixa de preços são de livre escolha. Minha opção, este Salton Talento 2004.
Em tempo, aproveito para dar as boas vindas aos blogueiros que se juntaram à CBE recentemente, alguns neste mês, outros em meses anteriores, mas que eu, por uma ou outra razão, esqueci de comentar tempestivamente:
* Alexandre Takei: NOTAS ETÍLICAS (http://etilicasnotas.blogspot.com/)
* André Rossi: ENODECO (http://www.enodeco.wordpress.com/)
* Daniel Aguiar: ATLAN VITIS (http://atlanvitis.blogspot.com/)
* Gustavo: ENOLEIGOS (http://enoleigos.blogspot.com/)
* João Felipe Clemente: FALANDO DE VINHOS (http://falandodevinhos.wordpress.com/)
* Paulo Queiroz: NOSSO VINHO (http://nossovinho.com/)
* Raul Antunes: AMANDO VINHOS (http://amandovinhos.blogspot.com/)
O vinho apresenta bela cor rubi. Profundo, quase retinto. Praticamente intransponível. Suas bordas começam a tender aos tons mais acastanhados, porém, ainda, com muita discrição.
Nariz fechado. Após uma hora de aeração, começa a apresentar frutos maduros, especiarias, baunilha e chocolate. Em sua evolução o frutado torna-se mais aberto, permitindo encontrar cereja, amora, ameixa, porém, com o aumento da temperatura, surge um álcool incômodo.
Em boca mostra-se no limiar de iniciar sua descendente, com taninos muito maduros para um corte desta natureza, além de acidez discreta e um corpo magro, ralo. Novamente o álcool, apesar dos 12,5o, se faz perceber. Fim de boca com frutado, especiarias e algumas notas de torrefação. Persistência 15+.
Trata-se de um bom vinho, não mais do que isso, que está chegando ao limite da sua melhor fase de consumo. Por opção, deixei-o repousando por 2 anos em minha adega e, creio, perdi a oportunidade de degustá-lo em fase mais exuberante, no entanto, não creio que, em nenhum momento, tenha sido um espetáculo, como algumas críticas lidas nos últimos anos indicavam.
Outros tintos nacionais, gaúchos como este, em geral monovarietais e da mesma safra, porém enquadrados em faixas de preço mais modestas, mostraram-se mais elegantes, prazerosos e longevos. Ainda não comprei nenhum Talento da safra 2005, nem sei se o farei, ainda que esta tenha sido uma safra mais abençoada que a 2004, em questão.
Pode parecer que o vinho não esteja agradável, longe disso. Porém, apenas, não foi o bastante para atender às expectativas criadas. Apenas isso.
Se recomendo este vinho? Em sua faixa de preços corrente (entre R$60 e R$70), é possível encontrar europeus mais complexos e longevos, para comprar de caixa e acompanhar a evolução por alguns anos. Porém, se como eu, você encontrar este Talento - ou seu irmão mais jovem - ao redor dos R$35-R$40, será uma boa compra.
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7 comentários:
Marcus, bom saber que o 2004 está em declínio. Eu tenho um 2005 na minha adega que estava guardando um pouco, mas acho que então chegou a hora de abrir. Depois te conto.
Um abraço
Daniel
Pois é Daniel, e eu já li algumas críticas sobre o 2005 também estar passando por seu melhor momento.
Sobre o 2004, já o provou? Se sim, o que achou? Atendeu suas expectativas?
Abs.,
Marcus
Quando comentei o 2004 no blog disse que já tinha passado o auge e estava me franco declínio.
Acredito que com o 2005 não seja diferente pelo que falei com algumas pessoas que o experimentaram. Estão se mostrando vinhos de pouca longevidade.
Saúde!
Engraçado, eu pensei em comprar o Talento para a degustação deste mês, mas só achei ele aqui em Salvador por 70+
Depois de comprar o meu Weinert, acabei encontrando o Talento 2005 por 59 reais. Acha que vale a pena? (talvez esteja um pouco mais em forma que o 2004)
Um abraço, e ótimo post!
Alexandre,
Não é que o Talento não seja um bom vinho. Mesmo o 2004, que perdeu força, ainda é um vinho agradável, bom. No entanto, não creio - inclusive baseado em críticas que li, de blogueiros isentos, sobre a safra 2005 - que atenda às expectativas criadas ou que valha um preço de varejo superior a R$35-R$40.
Eu li tua nota sobre o Cavas de Weinert, com preço similar, e você não terá, seguramente, satisfação semelhante com o Talento.
Eu não comprarei a safra 2005, a menos que a encontre nesta faixa de preços que mencionei. E olha que hoje me deparei com ela em promoção, a R$48, no Makro Speciale, aqui em São Paulo.
Espero ter ajudado...
Abs.,
Marcus
Marcus,
Aqui no Rio, é possível encontrar o Talento por cerca de R$ 40. Com relação às safras, na minha opinião, a 2002 é muito superior que os 2004 e 2005. Tenho a impressão que a 2002 envelheceria melhor que as outras. Encontrei em uma loja por aqui um 2002 e estou quase comprando para ver como está.
Abs.,
Claudio
Claudio,
Valeu pela informação.
Se eu encontrasse a 2002, também a compraria... Tenho ouvido algumas coisas interessantes sobre os tintos dessa safra.
Caso faça o tira-teima, não deixe de comentar.
Abs.,
Marcus
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