terça-feira, 11 de maio de 2010

Faustino de Autor Reserva Especial 1998

Espanha, DOCa Rioja. Bodegas Faustino elabora este tinto, um dos seus vinhos top e de corte mais moderno. Corte de 88% Tempranillo e 12% Graciano, típico da região. Crianza de 24 meses em barricas novas de carvalho francês, seguida por um envelhecimento mínimo de um ano em garrafa. 13% vol álc.

As uvas que se converteram neste tinto vieram de vinhedos próprios, à epóca, com 40 anos de idade e com baixo rendimento, 1 kg por planta.

Rubi, reflexos alaranjados em sua borda, sem muito brilho.

Nariz com muitas nuances de frutas vermelhas e negras, madeira, baunilha, especiarias, canela, cravo, couro. Discreta nota oxidada surge também, dando identidade e corroborando a pátria deste tinto.

Encorpado, seus taninos ainda mostram-se vivos, porém com refinada elegância, e seguem acompanhados por viva acidez, que refresca o palato e convida ao próximo gole. Aromas, neste estágio, são marcados mais pela madeira e por notas terciárias, ainda que o frutado também esteja presente. Final longo.

Creio que a oxidação deve-se à rolha escolhida pela Bodega para fechar esta garrafa. De qualidade muito inferior ao que se poderia imaginar para um vinho desta estirpe. Pouco flexível, ainda que tenha sido armazenada em condições ideais, ao menos nos últimos dois anos (e pelo que pude conferir, também em seu representante, em São Paulo), saiu da garrafa lisinha, sem qualquer inchaço, comum no contato com o líquido e necessário para a perfeita vedação.

Em seu website, a Bodega apresenta um gráfico que indica que em 2010 estaria atravessando sua melhor fase, podendo cair a partir deste ponto. Se tivessem acertado na rolha (que pode ser um problema isolado em minha garrafa), o vinho iria além. O meu, considerando que a oxidação ainda estava discreta, deve ter passado por sua fase ótima há um ano ou dois.

Acompanhou a Paella Valenciana comentada no post anterior. Como já escrevi aqui, sou fã incondicional da Tempranillo com o açafrão deste prato. Para mim, a harmonização sempre funciona, ainda que os frutos do mar fiquem um pouco pra traz e que o iodo possa conflitar um pouco. Nesse caso, o iodo até que intensificou um pouco as notas oxidadas.

Importado pela Cava de Vinhos, este foi adquirido em São Paulo, na Bodega MK 17, por preço ao redor dos R$ 200 e se não estivesse com essa pequena oxidação teria sido uma ótima compra.

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