Elaborado pela Família Pisano, este 100% Tannat, estagia em barrica e em adega antes de ser comercializado. 13,5% vol álc.
Esta família, de origem italiana, mais precisamente da Ligúria, iniciou seus vinhedos no Uruguai na década de 1910 e vinificou seu primeiro vinho em 1924. Desde então, alcançou produção anual ao redor das 350 mil garrafas e conduz o processo de forma artesanal, contando com pouca ajuda tecnológica.
Trata-se de mais um vinho adquirido na Ponta de Estoque Mistral deste ano, com o objetivo de conhecer o potencial de envelhecimento dos vinhos Tannat de nosso continente (veja aqui outra avaliação). Ao desarolhar, percebi a rolha com 50% de penetração do vinho. Na garrafa, ao final do consumo, muitos sedimentos grudados nas paredes, ao longo de toda a extensão da garrafa. Parece que a Mistral manteve o vinho deitado durante a guarda, mas não deve tê-lo girado durante este tempo.
Rubi, denso, bordas levemente alaranjadas, demonstram timidamente os 10 anos deste vinho. Em nariz, muito expressivo, precisou de algum tempo para se abrir. Apresentou alguma fruta madura, compota, madeira, chocolate, baunilha, canela, fumo de corda, secundários e terciários são mais expressivos. Em boca, tâninos macios, acidez marcante, encorpado. Retrogosto longo, remete a chocolate, fumo de corda. Fundo de taça com baunilha muito presente. Persistência 20+.
Cresceu durante toda a degustação, que, sozinho, precisei de quase 3 horas para concluir... Ah, não chega a ser novidade, mas acompanhou, e bem, uma belíssima picanha grelhada. Seus tâninos mais calmos deram conta de toda a untuosidade da carne.
Seguramente, o melhor dentre os três provados até aqui nesta minha incursão pelos Tannat mais velhinhos da Pisano. Creio que o 2002 deve estar ainda mais vivo, até porque, consta que 1999 e 2002 foram bons anos para a viticultura do nosso vizinho. Logo, logo, eu desarolho o caçulinha e conto aqui.
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