sábado, 12 de junho de 2010

Chateau La Rose Montviel 2000

França, Bordeaux, AOC Pomerol. Catherine Péré-Vergé elabora este tinto de estirpe, a partir de um assemblage com presença dominante da Merlot (80%), complementada por Cabernet Franc, ambas de vinhas velhas, com idade superior a 30 anos. Estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês para afinamento. 13% vol álc.

Serviço: Arejamento por 2 horas em garrafa. O uso de decanter é uma boa idéia, pois o vinho apresenta certa carga de sedimentos.

Bela cor rubi, profunda, densa, com bordas apresentando leve tendência aos tons alaranjados, atijolados, alinhados com a certa idade deste tinto.

O nariz começa bem fechado, mas deixa um recado claro: o vinho será empolgante! De início, boa carga de frutas negras e azuis, como amora, mirtilo, cassis. Com o tempo - e por mais de 2 horas - foi se abrindo, passando a apresentar notas elegantes e bem integradas de mentol, especiarias (cardamomo e canela em pó, principalmente), baunilha, aromas terrosos (húmus), balsâmico, café.

Encorpado e muito estruturado, apresenta taninos elegantes, porém ainda muito vivos e rascantes, que são acompanhados por uma acidez igualmente viva e de intensa refrescância. Palato é marcado por uma mistura de frutas negras, balsâmico e especiarias (parece, até, sobremesa "gourmet"). No fim de boca, são as notas terrosas, vegetais e de especiarias que dão o ar da graça. Persistência de 30+ segundos muito vivo, depois cai. Poderia ser um pouco mais longo...

Estamos, sem dúvida, diante de um bom Bordeaux, um bom Pomerol, enfim, um grande Merlot. Resumido em palavras, significaria algo como Elegância, Finesse, Discrição, Integração, Longevidade, Celebração.

Escolhido para ser o vinho da comemoração antecipada do dia dos namorados, fez companhia a tournedos de filé mignon e caçarola de legumes. Harmonia perfeita com a carne. Demonstra aptidão para acompanhar a alta gastronomia também.

Creio que esteja na metade do seu ciclo de vida, devendo evoluir por mais uns 3 a 5 anos, mantendo-se no auge por mais uns 5 anos.

Esta garrafa foi comprada no Duty Free de Buenos Aires, por módicos US$ 40.00 (na taxa da época, R$ 72,00). No Brasil, a Ana Import trabalha com alguns vinhos da mesma enóloga, mas os preços seguem a nossa realidade.

Mme. Catherine Péré-Vergé utiliza os serviços de consultoria de Michel Rolland em seus vinhedos na França e em parceria com este e outros enólogos/vinicultores de Bordeaux, faz parte do projeto mendocino Clos de Los Siete. Este vinho deixou boa impressão sobre o trabalho de Michel Rolland em Bordeaux e, certamente, se distinguiu, ao menos emho, do que costumo encontrar como resultado do seu trabalho no novo mundo. Desta viagem vieram outros vinhos de Mme. e estou animados em prová-los e tirar a prova sobre MR.

A propósito, este foi o 100o. tinto comentado no blog e a escolha não poderia ter sido melhor.

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