Este 100% Cabernet Franc é elaborado pela brasileiríssima Casa Valduga, no Vale dos Vinhedos. Com estágio de 8 meses em barricas francesas, possui 14% vol. álc.
Indicação do confrade Gil Mesquita, do enoblog Vinho para Todos, este tinto é o vinho do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs. Trata-se do 32º. vinho avaliado pela CBE. E antes de continuar, vale o alerta: é um bom vinho, correto!
Rubi, denso, com reflexos brilhantes. Para quem gosta, vale ressaltar que as lágrimas são abundantes e lentas. Em nariz, começou fechado, com apenas a madeira aparente. 40 min de oxigenação fizeram surgir um frutado elegante, integrado a boa madeira e um toquezinho de álcool (este devido, provavelmente, a uma temperatura um pouco acima do recomendado). Em boca, taninos presentes e macios, estão bem escoltados por marcante acidez e interessante frutado (pouca madeira em boca, o que eu gosto!). Permanece em boca e nariz por longo tempo.
Salvo engano, este é o segundo varietal Cabernet Franc que eu provo. O outro (que não foi provado adequadamente para postagem) foi o, também, nacional Dal Pizzol D.O. Lugar 2003. O Dal Pizzol, com menor teor alcoólico, sem passagem por barrica e mais envelhecido, me pareceu mais elegante, indicando que a prova de um francês do Loire ou um bourdeaux com predominância de CF, deve acontecer em breve, para poder concluir algo mais sólido sobre o potencial desta casta.
Sobre este Casa Valduga, creio que está alguns – poucos – reais acima do que podemos encontrar como bom custo benefício, no entanto, não decepcionou e mostrou-se um vinho muito gastronômico. Acompanhou tagliarine ao sugo com picanha grelhada e foi bem com os dois (elaborações com texturas e nuances bem distintas, um marcado pela untuosidade de fibras e gorduras e o outro pela acidez do molho). Tão bem, que encerrei, sozinho, a garrafa, acompanhando-a com tábua de queijos.
Em Brasília, pode ser encontrado na Super Adega.
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